Credores da Unigel aprovam execução de dívida de R$ 500 milhões em debêntures
Credores da petroquímica Unigel aprovaram nesta segunda-feira, 11, a execução de R$ 500 milhões em debêntures da empresa, que venceriam apenas em abril de 2027. Em assembleia, 95,79% votaram para a aprovar a execução.
Na semana passada, esses investidores haviam decido antecipar o vencimento das debêntures, diante da falta de demonstrações financeiras do terceiro trimestre da Unigel e da falta de garantias adicionais aos papéis. Faltava decidir se a dívida seria executada, o que foi feito nesta segunda.
A aprovação dos debenturistas ocorreu em meio à decisão da Unigel de iniciar um procedimento de mediação, para negociar condições de pagamento de determinados créditos existentes. A empresa fez nesta segunda um pedido de proteção judicial contra execução de dívidas pelo prazo de até 60 dias.
Os credores ressaltam que a decisão de execução foi tomada “em decorrência da falta de apresentação de nova proposta de reestruturação das debêntures por parte dos representantes” da Unigel, segundo a ata da assembleia.
Representantes da Unigel falaram na assembleia sobre a instauração do procedimento de mediação e da intenção de judicialização da questão, segundo a ata. Também falaram da atual situação financeira da empresa, que tenta reestruturar uma dívida de R$ 3,7 bilhões.
Em comunicado, a Unigel afirmou que o “processo de mediação garante um ambiente organizado para que possamos continuar as tratativas com os demais credores de forma estruturada, visando uma solução negociada, que entendemos ser a melhor alternativa para todas as partes envolvidas”.
Junto as renegociações com os credores, que inclui um grupo de investidores internacionais que compraram bonds da empresa, a Unigel vem vendendo ativos para buscar recursos. No começo do mês anunciou a venda de uma subsidiária no México.
A Unigel não paga os juros das debêntures desde 8 de outubro. Uma opção para a empresa dada pelos debenturistas era apresentar uma garantia adicional para o papel, até 5 de dezembro, o que não foi feito. Por isso, o prazo não foi prorrogado e em assembleia no último dia 6 foi aprovado a declaração do vencimento antecipado dos papéis.
Estadão, 12/12/2023