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Retomada da fábrica de fertilizantes de Três Lagoas é adiada novamente

Obra emblemática de Mato Grosso do Sul, que pode reduzir a importação de fertilizantes do país, a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3) continua sem previsão para retomada. A última expectativa era de que até abril a Petrobras anunciasse o que faria com a obra, paralisada desde 2014. 

Durante agenda em Campo Grande, ontem, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, adiantou que a resposta sobre a conclusão da UFN3 ficará para o segundo semestre, mas que, para isso, a Petrobras precisará de uma mudança no plano nacional para não entregar a fábrica para a iniciativa privada.

“Agora, o governo tem interesse em avançar nesse tema, inclusive ver se vai retomar ou não duas ou três fábricas que estão paradas no Brasil. E aí é outra etapa. A Petrobras vai licitar ela toda pronta ou não? É uma discussão que vamos iniciar a partir de junho”, concluiu Simone Tebet.

Reportagem publicada pelo Correio do Estado no dia 2 de fevereiro apontou que o funcionamento da UFN3 poderia reduzir em 30,4% os fertilizantes importados pelo Brasil. 

“A UFN3 realmente responderia por 18,3% da ureia do Brasil e 12,15% da amônia. Então, é um projeto importante para reduzir substancialmente a dependência do Brasil da importação de ureia e de amônia”, disse ao Correio do Estado o titular da Semadesc, Jaime Verruck. 

As obras foram iniciadas por Galvão Engenharia, Sinopec (estatal chinesa) e Petrobras, sendo absorvida pela petrobras após a Galvão ser envolvida na operação lava jato. Houve algumas tentativas de compra por parte da russa Acron, porém, não houve interesse pela Petrobrás, pois o plano da empresa era transformar a fábrica em uma misturadora.

Em 2018, quando uma due diligence (vistoria para compra) foi realizada na UFN3, foi constatado que a unidade precisaria de pelo menos US$ 1 bilhão para ser concluída. Até o momento já foram aplicados mais  de R$ 3 bilhões em sua construção.

Correio do Estado, 18/05/23.

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