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Empresa aposta em alga marinha para fertilizantes

Foi identificada no litoral de Tutoia (MA), uma jazida da alga marinha de origem mineral Lithotanium com grande pureza e concentração de nutrientes, como aminoácidos, cálcio e magnésio.

A empresa nasceu com o intuito de explorar o potencial da alga em aplicações de nutrição animal e fertilização agrícola. Cerca de US$ 50 milhões foram injetados por investidores brasileiros, um dos quais acostumados a avaliar iniciativas no segmento. A operação teve início em 2014, depois da obtenção de todas as licenças ambientais necessárias para viabilizar o processo de extração sustentável. 

Também houve investimentos em pesquisas acadêmicas que comprovassem os resultados do produto. Embora o Brasil concentre as maiores reservas mundiais do Lithotanium, a alga é consumida principalmente nos países do hemisfério norte, como França, Japão, Canadá e Estados Unidos, e pouco empregada no país.

Instituições como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq – USP) e instituições de pesquisas europeias, como a holandesa Wageningen University, estiveram envolvidas para ajudar a demonstrar impactos como o aumento do rendimento médio da soja de 55 sacas para 65 a 66 sacas por hectare. 

Foi necessário implantar a infraestrutura composta por uma embarcação de 50 metros com draga, um pequeno porto próprio, caminhões para transporte, equipamentos para secagem natural e moagem, no parque industrial maranhense, e uma unidade de beneficiamento em Catalão (GO), onde o pó puro, empregado como farelo para nutrição animal e fertilizante para determinadas culturas, como café, é misturado a outros componentes fertilizantes para outras lavouras, como cereais.

“A maior produtividade, a melhor homogeneidade dos frutos e o crescimento do tempo de prateleira são evidentes em culturas como milho, algodão, café e hortifrutigranjeiros”, diz o presidente da companhia, Daniel Frasson.

Um dos maiores desafios da empresaé acertar o foco, dada a diversidade de usos do produto. “O Lithotanium se aplica às dez principais culturas do Brasil”, diz Frasson.

Além disso, ainda é preciso educar o produtor brasileiro, cujo desconhecimento sobre o produto ainda é grande. O primeiro e até hoje maior cliente da empresa é do próprio Estado do Maranhão, que emprega o produto em soja. Hoje a Oceana vende cerca de 40 mil toneladas ao ano das linhas Algen e Lithonutri, voltadas respectivamente à nutrição animal e vegetal, mas sua capacidade de produção chega a 150 mil toneladas anuais. Recentemente, fechou acordo de cooperação e distribuição com a distribuidora holandesa de ingredientes Jadis Addittiva, para fortalecer as vendas nos países da região e desenvolver novos produtos. Segundo Daniel, a expectativa é de novos negócios na ordem de € 5 milhões em três anos.

 

Valor Econômico, 23/02/2017

 

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