Novas Tecnologias

Galvani desenvolve técnica para otimizar granulometria

A Galvani, subsidiária da Yara International, desenvolveu uma técnica para otimizar a granulometria e aumentar o aproveitamento do fosfato extraído na operação da empresa em Angico dos Dias (BA). De acordo com Flávio Luiz Pereira, gerente da unidade e engenheiro de Processos da mineradora, a técnica pode ser aplicada em qualquer processo de beneficiamento, inclusive no projeto Serra do Salitre, em Minas Gerais.

Em entrevista por e-mail ao Notícias de Mineração Brasil (NMB), Pereira afirma que a pesquisa iniciada em 2015, e que foi posta em prática em abril do ano passado, foi realizada em busca da melhoria contínua nos processos da Galvani.

“O maior desafio foi a quebra de paradigma, pois, com o aumento da granulometria, há uma diminuição da liberação, o que se esperava que diminuiria a recuperação de fósforo. Porém, por conta de outro parâmetro importante, a seletividade, conseguimos aumentar a seletividade e, consequentemente, a recuperação do minério”, disse ontem (3) ao NMB.

Além de Pereira, as equipes de Processos, Beneficiamento e Laboratório da mineradora participaram do desenvolvimento da técnica. De acordo com a Galvani, a mudança de processo permitiu que a companhia aproveitasse uma parte do fosfato que era perdido na porção de menor granulometria. A técnica foi implementada nos processos anteriores à etapa de concentração de desmagnetização, peneiramento e moagem, passando pela mudança no perfil da tela das peneiras e das grelhas do moinho.

A implantação desta técnica trouxe diversos benefícios, como o aumento de 4,2% de recuperação mássica e de 9% de produtividade, com consequente aumento na produção do concentrado fosfático, além da redução de 12% no consumo de energia na unidade e do consumo de fundidos dos moinhos.

“Com esta inovação no processo da unidade, que fornece concentrado fosfático para o Complexo Industrial da Galvani em Luis Eduardo Magalhães (BA), a empresa contribui para uma produção sustentável e para a oferta de fertilizantes fosfatados ao agricultor da região, apoiando-os na obtenção de melhores produtividades e contribuindo para alimentar o mundo de forma responsável”, afirma a mineradora.

Segundo a companhia, esta não é a primeira ação da empresa para otimizar os processos na unidade de Angico dos Dias, implantada em 1996. Quando estabeleceu a unidade, devido à ausência de energia elétrica e de água, a empresa viabilizou, após estudos, um processo de concentração a seco, que otimizou o aproveitamento de minérios secundários em jazidas do semiárido, a um baixo custo de implantação e com menor impacto ambiental, sem utilização de água.

Serra do Salitre

O Complexo Mineroindustrial Serra do Salitre, em Minas Gerais, que também poderá receber a nova técnica de granulometria, tem previsão de iniciar a lavra no segundo semestre deste ano. A planta química e a de produção de fertilizantes deve estar em pleno funcionamento no segundo semestre do ano que vem. O projeto terá capacidade de produção aproximada de 1,2 milhão de toneladas anuais de rocha fosfática (concentrado), que será utilizada na produção de fertilizantes. O investimento total no projeto é de R$ 2,2 bilhões.

 

Notícias de Mineração, 04/05/2017

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