Fim das restrições das exportações do nitrato russo
No início de fevereiro, a Rússia comunicou o bloqueio das exportações de Nitrato de Amônio por dois meses, com o objetivo de fornecer aos agricultores locais volume suficiente para o período de alto consumo do fertilizante. Com isso, no início de abril, a disponibilidade e os preços do fertilizante foram afetados, principalmente no mercado brasileiro, tendo em vista que 99,97% das importações de nitrato do Brasil provêm da Rússia.
Além desse cenário, desde meados de março, a guerra entre Rússia e Ucrânia vêm impactando nos preços de transporte marítimo de cargas, devido ao aumento dos custos provocado pela alta dos preços dos combustíveis de navegação e do frete marítimo. No Báltico, onde os custos já estavam altos com os problemas de logística decorrentes da pandemia, os preços subiram ainda mais com o conflito.
Contudo, nas últimas semanas houve uma mudança no comportamento da Rússia, o que levou a uma redução no preço dos fertilizantes no mercado internacional – no dia 1º de maio os bloqueios caíram e o país, com diversos problemas econômicos devido às sanções, voltou ao mercado em busca de compradores de fertilizantes, que são um dos poucos produtos que não foram sancionados.
Essa medida tende a refletir no retorno da disponibilidade do nitrato no mercado nacional a partir de julho, assim como na diminuição dos preços. Entretanto, o risco dessas negociações é que a Rússia ainda só pode comercializar em rublos, moeda doméstica do país, além disso, dificuldades em torno da logística podem levantar incertezas quanto ao sucesso das operações.
GlobalFert – 19/05/22