Produção

Petrobras planeja retomar produção de nitrogenados no Espírito Santo

No cenário de retomada da indústria de fertilizantes planejada pela Petrobras, o Espírito Santo pode entrar no mapa da produção do insumo agrícola no país, com destaque para a amônia e hidrogênio verde, importantes para a transição energética.

A informação é do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que falou em entrevista exclusiva para A Gazeta que a instalação de um polo gás-químico em Linhares, no Norte do Espírito Santo, vai voltar a ser analisada pela estatal. 

Prates destaca que a implantação da unidade deve entrar ao final da lista do cronograma de uma série de retomadas de operações de fertilizantes no país, análise que pode levar mais um ano a ser feita.

“Nós podemos analisar Linhares mais uma vez. Mas dentro de um calendário coerente, após as duas unidades que já existem na baía de Sergipe, após retomada das operações da unidade que já temos na Repar do Paraná e após finalizar uma planta grande e moderna que ficou 80% pronta em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, que vem com gás da Bolívia”, afirma.

A unidade produtora de fertilizantes nitrogenados (principalmente amônia e ureia) a partir do gás natural foi anunciada em 2010 pela estatal e o governo do Espírito Santo chegou a investir R$ 10 milhões na desapropriação de uma fazenda de 415 hectares em Palhal, onde ficaria a fábrica, mas a Petrobras não levou o negócio à frente.

“Dentro do cronograma, mais à frente, em talvez um ano a gente possa fazer um mapa dos fertilizantes nacionais e rever o processo do Espírito Santo também com a possibilidade de hidrogênio verde e amônia verde”, diz.

Prates destaca que a retomada da indústria de fertilizantes começou a ser avaliada numa antecipação de diretrizes de planos estratégicos do futuro da companhia, após o segmento ter sido retirado do plano estratégico da gestão passada.

“Adiantamos algumas coisas, entre elas que nós voltaríamos para o setor de fertilizantes. Fertilizante faz sentido para a transição energética. Você começa a fazer fertilizantes, inclusive com componentes biológicos além do gás natural. Então, por exemplo, a amônia verde que provém de energia renovável da fabricação de hidrogênio é um futuro importante para nós. Enquanto isso não chega, ainda temos o gás natural”, avalia.

A Gazeta, 21/09/2023

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