Culturas

Ratio soja/milho sugere consumo maior de fosfatados pelos EUA

Nos EUA, as culturas com as maiores áreas plantadas são as de milho e soja. Para os agricultores que possuem capacidade de escolher qual dos dois plantar, uma variável a ser levada em conta na hora de fazer a escolha é o ratio, ou seja, a relação entre os contratos futuros de soja e os de milho na Bolsa de Mercadorias de Chicago (Chicago Board of Trade).

Para o cálculo do ratio, foram escolhidos os contratos de soja de novembro (SX, em centavos de dólar por bushell de soja) e de milho de dezembro (CZ, em centavos de dólar por bushell de milho).

Essa opção se deve ao fato de que estes são os meses referentes à comercialização das safras semeadas. Além disso, o ratio considerado envolve apenas as cotações dos contratos de soja e milho ao longo do primeiro trimestre de cada ano, quando as decisões de investimento são tomadas pelo agricultor.

Notadamente, o milho é uma cultura menos intensiva em tecnologia do que a soja. Isso se reflete na quantidade total de fertilizantes usado em cada uma. No caso brasileiro, segundo a ANDA, a soja consumiu cerca de 402,3 kg de fertilizantes por hectare em 2013, enquanto o milho teve um consumo de 348,1 kg/hectare. Embora os índices para a agricultura dos Estados Unidos sejam diferentes, entende-se também que haja um consumo maior de insumos no caso da soja estadunidense.

Além disso, a soja usa muito mais fertilizante fosfatado do que o milho e, em contrapartida, uma quantidade mínima de compostos nitrogenados. Isso implicaria transferência de parte da demanda por ureia/NAM/SAM/UAN/Amônia para DAP/MAP/TSP e, consequentemente, suporte maior ao mercado de fosfatados e menor ao de nitrogenados.

Por fim, há de se notar que a oleaginosa aproveita melhor insumos com concentrações mais altas de P2O5, o que induziria um consumo maior de MAP em detrimento do DAP, mais utilizado no milho devido a sua concentração superior de nitrogênio.

João Santucci, 01/12/2014

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